Este estudo teve como objetivo avaliar os comportamentos de férias dos portugueses que fizeram férias em Portugal, entre junho e setembro de 2020. Para tal, foi efetuado um questionário online, através do Facebook e por e-mail, entre outubro e dezembro de 2020, tendo obtido uma amostra válida de 685 participantes de diversas zonas do país. O perfil sociodemográfico da amostra indica um maior número de entrevistados do sexo feminino, com idades entre 40 e 64 anos (particularmente 45-54), com formação universitária e ocupações profissionais distintas.
O estudo intitulado “Impact of COVID-19 on summer holiday behaviours: evidence from Portugal” e publicado na revista internacional de investigação em Turismo e Hotelaria Anatolia concluiu que, embora em comparação com as férias antes da pandemia, as praias continuaram a ser o destino mais popular para a maioria dos entrevistados, o campo, montanhas e rios do Interior ganharam popularidade.
Cerca de 34% dos entrevistados passaram pelo menos um período de férias na sua zona de residência (NUTS II); 10% tiveram pelo menos um período de férias na sub-região de residência (NUTS III) e aproximadamente 25% nas sub-regiões vizinhas.
Os autores, Susana Silva e Paulo Carvalho, do Departamento de Geografia e Turismo da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC), afirmam que os resultados representam “uma oportunidade para mudar o paradigma do turismo para um modelo mais sustentável, há muito reivindicado, especialmente através da redistribuição dos fluxos turísticos, e para apostar no mercado interno e no turismo doméstico, não só a curto prazo, mas devendo-se prolongar e intensificar no pós-pandemia”, contribuindo ainda para que os agentes territoriais e operadores turísticos adaptem as suas estratégias às tendências de consumo pós-pandemia.